segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A Ajuda Do Exercício Na Luta Contra O Câncer De Mama



Dentre os diversos benefícios que a prática regular da atividade física fornece, está sua importância para prevenir ou ajudar durante o tratamento do câncer, inclusive o câncer de mama.


Cientistas da escola de medicina de Harvard, em Boston, estudaram uma série de mulheres acometidas com câncer de mama e também fizeram uma revisão das informações científicas relacionadas às reações do organismo à prática de exercícios físicos durante e após o tratamento do câncer de mama.


Eles descobriram que as mulheres que se mantém ativas depois de diagnosticadas com câncer de mama têm de 30% a 50% de chance a menos de terem recorrência ou de virem a óbito por esse tipo de câncer quando comparada às mulheres sedentárias com câncer de mama.


Por esses motivos científicos, grandes entidades como a Sociedade Americana de Câncer e o Colégio Americano de Medicina do Esporte têm encorajado as mulheres com essa doença a se engajarem em atividades físicas de uma maneira segura – ou seja, sempre acompanhada de um profissional de Educação Física capacitado – visando a melhora da qualidade de vida, aumentando assim, a longevidade dessas mulheres.


Dicas do Professor:


O maior empecilho para qualquer pessoa quando diagnosticada com câncer é o medo e o desânimo, que pode levar à depressão. Por isso, e pelo que foi descoberto acima, é de muita importância que as mulheres com câncer de mama considerem a prática assídua de qualquer atividade física – controlada – que as traga prazer, não apenas visando a melhora física, mas também a melhora mental dessas mulheres.


Desta forma, haverá um ganho enorme da auto-estima e do bem-estar, o que facilitará imensamente o tratamento e a recuperação dessas mulheres.


Fonte: J Natl Compr Canc Netw. 2011 Feb;9(2):251-6.


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Exercício E Educação Alimentar Melhoram O Mecanismo De Respiração Em Homens Obesos



Sabemos que a obesidade altera o mecanismo de respiração durante o exercício. Mas o efeito que a perda de peso, ou, mais precisamente, a perda de massa gorda tem sobre esse mecanismo de respiração ainda é pouco entendida.


Foi por esse motivo que cientistas do Texas – EUA desenvolveram um estudo com vários indivíduos obesos que, durante um período de tempo sofreram uma intervenção rigorosa de exercícios aliados a uma alimentação balanceada.


Apesar das perdas usuais de circunferência, peso absoluto e massa gorda, a distribuição de gordura se manteve igual. Porém, através dos cálculos obtidos sobre os diversos aspectos que foram medidos e avaliados, os cientistas puderam concluir que “a perda modesta de peso e gordura corporal melhorou o mecanismo de respiração durante o exercício dos indivíduos obesos que praticaram atividade física regular e mantiveram uma boa alimentação”. Eles ainda explicam que tal melhora se deve a um acumulo de perda de gordura na região peitoral.


Dicas do Professor:


Às vezes, devido à idade e anos de sedentarismo, um indivíduo obeso pode achar difícil perder muitos quilos (peso absoluto). Porém, os benefícios da perda - mesmo que modesta - de peso e gordura são significativos como aponta o estudo citado acima.


A princípio, tais perdas podem parecer sem importância, mas trazem e continuarão proporcionando benefícios ímpares para a saúde e o bem-estar do obeso a curto, médio e longo prazo.


Esse estudo foca em um benefício mecânico/metabólico do exercício aliado a uma boa alimentação. Não podemos esquecer também dos benefícios funcionais desse bom hábito.


Fonte: Chest. 2011 Jan 27. [Epub ahead of print]

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Redução de Lesões em Obesos Devido à Caminhada

Recentemente, houve um aumento de indivíduos obesos que deixaram suas vidas sedentárias e começaram algum tipo de atividade física. Uma das atividades físicas mais recomendadas é a caminhada.


Houve, porém, um aumento substancial de lesões nas articulações dos membros inferiores desses indivíduos devido a diversos motivos. Cientistas estão buscando alternativas para prevenir tais lesões.



Pesquisadores americanos estudaram mais de 20 indivíduos obesos no intuito de achar uma alternativa para a caminhada e suas lesões.


Eles mediram diversos aspectos fisiológicos e biomecânicos desses indivíduos e descobriram uma alternativa para a caminhada plana.


Segundo esses cientistas, uma caminhada leve em uma subida (ou inclinação) moderada diminui o risco de lesões nas articulações dos membros inferiores, reduzindo cargas mais severas nos músculos extensores dos joelhos e adutores em 19% e 26%, respectivamente.


Foi concluído, também, que essa estratégia, além de prevenir lesões, ainda fornece um estímulo cardíaco adequado a esses indivíduos.


Dicas do Professor:


Além do descoberto e escrito acima, devemos avaliar e, portanto, conhecer muito bem para quem estamos prescrevendo a caminhada, seja ela no plano, subida ou descida. Nenhuma das alternativas é melhor ou pior que as outras. Todas servem um propósito e devem ser prescritas em seu devido tempo.


A importância do profissional de Educação Física nessas horas é primordial, já que só ele possui o conhecimento do momento exato para prescrever esse ou aquele exercício, desse ou daquele modo.


Devemos nos lembrar também do volume (nesse caso, o tempo) do exercício. Se exagerarmos, até a caminhada leve numa subida moderada que parece inofensiva poderá causar lesões. Parece básico e redundante, mas o número de indivíduos que sofrem lesões por altos volumes é muito grande.


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Mulheres Protegidas! Até quando?





Estima-se que em 2050, 17,5 milhões de pessoas morrerão de doenças cardiovasculares, representando 30% de todas as mortes do mundo (OMS). As mulheres estão em vantagem quando o assunto são as doenças cardiovasculares. Mas atenção. A proteção dura por um período determinado.

O organismo feminino produz naturalmente os hormônios progesterona e estrógeno. Eles agem no endotélio, a camada que reveste os vasos sanguíneos internamente e impedem a formação de coágulos. Com isso a mulher fica protegida contra obstruções nas artérias. Porém, com a chegada da menopausa esses hormônios deixam de ser fabricados pelo organismo e elas ficam expostas aos mesmos riscos que os homens.

Dados da organização mundial de saúde (OMS) revelam que as doenças cardiovasculares são responsáveis por um terço de todas as mortes de mulheres no mundo, um total de 8,5 milhões de óbitos anualmente. Entre as brasileiras com mais de 40 anos, o índice chega a 30% das mortes.

Isso sem falar que a mulher assumiu hábitos de vida que contribuem para os riscos de doença do coração, tais como dupla jornada de trabalho e conseqüente aumento do estresse, hipertensão e dieta desequilibrada, o consumo de pílulas anticoncepcionais (que, se associadas ao fumo, aumentam problemas cardíacos), menopausa precoce e sedentarismo. Por essa razão, a preocupação com a saúde do coração deve ocupar o mesmo espaço que a prevenção de outras doenças, como o câncer de útero e mama, por exemplo.

Dicas do professor:

  • Os eventos cardíacos reduzem 50% em pessoas que param de fumar e o risco de desenvolver doenças cardiovasculares também diminuem significativamente nos primeiros dois anos após o abandono do cigarro.

  • Pelo menos 30 minutos de atividades físicas regulares, de intensidade moderada, de 3 a 5 dias na semana, reduzem o risco de doenças cardiovasculares, diabetes, câncer de cólon e mama.
  • Frutas e vegetais consumidos diariamente podem ajudar a prevenir doenças cardiovasculares e determinados tipos de câncer. Estima-se que 2,7 milhões de vidas possam ser salvas a cada ano se o consumo de frutas for aumentadas suficientemente.



segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A Bola De Neve Gerada Pelo Sedentarismo


A cada dia que passa surgem novas pesquisas enfatizando a importância da prática da atividade física e alertando para os males da falta dela. Cientistas começam até a nomear os efeitos negativos acumulativos da inatividade física.
Em recente pesquisa realizada na Universidade de Copenhagen – Dinamarca, um cientista publicou que a Diabetes Tipo 2, doenças cardiovasculares, câncer de cólon, câncer de mama, demência e depressão formam um conjunto de doenças que segundo ele se denominam a “doençoma” da inatividade física.

A falta de atividade física e a obesidade abdominal – refletindo na acumulação de gordura visceral – estão associadas com a ocorrência de doenças que fazem parte da “doençoma”. De acordo com esse cientista, a falta de atividade física parece ser um fator de risco forte e independente na acumulação da gordura visceral, que é uma fonte de inflamação sistêmica.
Uma inflamação crônica está envolvida na patogênese da resistência à insulina, na aterosclerose, na degeneração neural e no crescimento de tumores.

Há evidências suficientes que mostram que o efeito preventivo/protetor do exercício pode, até certo ponto, ser explicado pelo efeito anti-inflamatório que a prática regular da atividade física proporciona, que pode ser mediado através de uma redução na gordura visceral e/ou pela indução de um “ambiente anti-inflamatório” com cada sessão de treinamento.

Segundo descobertas recentes a contração muscular produz e libera uma substância chamada “miocina” ou “miokina” que produz efeitos benéficos em vários órgãos de nosso corpo.

Desta forma, o exercício faz com que esse mecanismo de produção e liberação da “miocina” ou “miokina” através da contração muscular exerça efeitos endócrinos na gordura visceral. Além disso, elas podem também trabalhar localmente dentro dos músculos, auxiliando nos caminhos que trabalham na queima de gordura.
Dicas do Professor:

Por mais que esse post contenha alguns termos técnicos, é importante voltarmos nossa atenção para as novas descobertas sobre os benefícios de praticarmos regularmente algum tipo de atividade física e os problemas que aparecem quando NÃO nos exercitamos.

O estudo citado acima não foi desenvolvido por cientistas do esporte e sim pelo departamento de inflamação e metabolismo da Universidade de Copenhagen, ou seja, a bioquímica, a biomedicina e a própria medicina através de seus estudos estão cada vez mais se rendendo aos benefícios advindos da prática da atividade física, tanto na reabilitação como na prevenção de doenças das mais diversas origens, tanto físicas, como psicológicas.

Fonte: J Physiol. 2009 Sep 14. [Epub ahead of print]

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Qualidade De Vida Dos Adolescentes Obesos


Basta sairmos nas ruas de nossas cidades para notarmos a quantidade de adolescentes que visualmente estão acima de seus pesos ideais. Uma pesquisa feita em São Paulo analisou diversos fatores relacionados à qualidade de vida desses adolescentes e sugere estratégias para mudarmos esse cenário.

Esse estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e avaliou as consequencias – negativas - físicas, sociais e econômicas que a obesidade exerce na qualidade de vida desses adolescentes.


82 adolescentes obesos foram avaliados e tiveram seus hábitos e estilos de vida modificados durante 24 semanas nesses aspectos.


As mudanças, dentre alguns outros aspectos, contou com programas médicos, de nutrição, atividade física regular e acompanhamento psicológico.


Vários questionários cientificamente reconhecidos foram utilizados para avaliação dos seguintes aspectos:


Ansiedade
Depressão
Gula
Insatisfação com o próprio corpo
Qualidade de Vida


Após o período de 24 semanas de intervenção, os pesquisadores concluíram que, nas adolescentes, houve redução nos níveis de depressão e gula, e melhora na satisfação com o próprio corpo e na qualidade de vida. Já nos adolescentes, uma diminuição da ansiedade, gula e melhora na qualidade de vida foi observado.


Foi concluído então que uma mudança interdisciplinar no estilo de vida dos adolescentes obesos é uma maneira eficiente de controlar aspectos psicológicos e para a melhora da qualidade de vida dos mesmos.

Dicas do Professor:


Já sabemos que o número de adolescentes obesos tem crescido nos últimos anos. O mais alarmante é que isso se extrapola para as crianças também. Parte desse fenômeno é advinda da “educação” familiar, ou seja, o que é permitido como alimento dentro de casa, o quanto os pais aceitam o sedentarismo de seus filhos, etc. Já no caso de pais obesos isso se torna mais complicado, já que eles servem de exemplo/referência para seus filhos. O importante é que o filho seja instruído desde cedo sobre os riscos da má alimentação e do sedentarismo e que tenha bons exemplos a serem seguidos de seus próprios pais.

Fonte: Health Qual Life Outcomes. 2009 Jul 3;7:61.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Os Efeitos Do Treinamento De Força Na Musculatura Do Ombro


Sabemos que muitas pessoas, treinadas ou não, sofrem de dores/incômodos nos ombros. Traduzindo em números 7 à 27% dos indivíduos abaixo dos 70 anos de idade e 13.2 à 26% dos indivíduos acima dos 70 anos de idade sofrem desse problema. O treinamento de força pode ser usado tanto para prevenir como reabilitar algumas lesões oriundas dessa região.


Cientistas Australianos testaram várias pessoas que nunca executaram exercícios específicos para a musculatura dos ombros (especificamente o manguito rotador – conjunto de 4 músculos que ajudam na estabilização dessa região). Essas pessoas foram divididas em 2 grupos; um grupo que treinou 3 vezes por semana especificamente para o manguito rotador e um grupo que não treinou especificamente para essa musculatura.


Os pesquisadores também tinham como objetivo avaliar a perda de força nessa musculatura após um período de redução desse treino específico. O treinamento durou 12 semanas e foi seguido de um período de redução que também durou 12 semanas.


Os testes aconteceram antes, durante e depois desses períodos. Os resultados mostraram que o grupo que não treinou especificamente para o manguito rotador não mostrou ganhos de força nessa região, sendo que o grupo que realizou o treinamento específico obteve melhoras de força nessa musculatura.


A diminuição de 3 para apenas 1 vez por semana de treino específico (redução do treinamento específico) foi capaz de manter os ganhos de força obtidos durante o período em que o treinamento ocorreu com uma freqüência de 3 vezes na semana.


Os pesquisadores concluíram que tal programa específico serve para ganho e manutenção de força, além de prevenirem contra lesões, que são muito comuns nessa região, como também contribuírem na reabilitação da musculatura dessa região.


Dicas do Professor:


Como mencionado previamente nesse blog, muitas pessoas ativas sofrem de dores no ombro, dores que evoluem para lesões mais sérias e que muitas vezes tornam-se casos cirúrgicos.


Isso se dá devido ao fato de que o treinamento dessas pessoas ignora uma construção de um alicerce mais estável nas regiões mais susceptíveis a lesões, como é o caso do ombro.


Um trabalho de estabilização no manguito rotador e ganho de flexibilidade na articulação do ombro deve preceder um trabalho mais intenso de força. Isso fará com que o ombro suporte, de maneira mais segura, cargas mais intensas.


Está sentindo alguma dor e/ou incômodo no ombro avise imediatamente seu professor. Não permita que essa dor e/ou incômodo evolua.


Fontes:


Clin Biomech (Bristol, Avon). 2000;15 Suppl 1:S42-5.


Reumatismo. 2009 Apr-Jun;61(2):84-9.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Tendinopatia No Tendão De Aquiles De Corredores


Comparações entre corredores com tendinopatia no tendão de Aquiles e corredores sem tendinopatia mostram, biomecanicamente, diferenças significativas em algumas estruturas-chave colaborativas para esse tipo de lesão. Treinamento adequado para tais estruturas serve como prevenção.

Cientistas americanos dividiram corredores em 2 grupos; (1) grupo de corredores que tiveram tendinopatia. (2) grupo controle de corredores que nunca tiveram tendinopatia.

Após diversas medidas e análises biomecânicas com utilização de câmeras específicas, os cientistas puderam constatar, através de cálculos estatísticos, que os corredores com histórico de tendinopatia no tendão de Aquiles mostraram menor mobilidade na tíbia e no joelho.

Isso se dá, segundo os cientistas, pela diminuição na função dos músculos responsáveis pela mobilidade dessas estruturas, resultando em grande estresse sobre o tendão de Aquiles.

Os cientistas finalizam o estudo sugerindo que uma prescrição de treino que enfatize o fortalecimento dos membros inferiores, como também uma melhora do controle da tíbia, pode reduzir o risco do desenvolvimento da tendinopatia no tendão de Aquiles ou a melhora nessa estrutura para aqueles indivíduos que estão se reabilitando de tal tendinopatia.

Dicas do Professor:

O tendão de Aquiles é uma das estruturas mais lesionadas por aumento de volume nos corredores. Excessiva pronação pode levar a forças rotacionais contraditórias que agem diretamente no tendão de Aquiles. Movimentos conflitantes inter-articulações podem acentuar a rotação desse tendão.

Então, a conclusão dos cientistas se faz importante; é preciso um programa de exercícios que leve em consideração a flexibilidade, estabilização, força e resistência de diversas estruturas direta ou indiretamente ligadas à mecânica de corrida.

Portanto, previna-se antes de correr, principalmente se for correr altos volumes.

Fonte: J Orthop Sports Phys Ther. 2008 Dec;38(12):761-7.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Hipertensão Pode Apresentar Um Sintoma Nada Silencioso


A hipertensão já afeta mais de 20% dos brasileiros. Novos estudos apontam mais um vilão para a doença; a apnéia obstrutiva do sono.

Além dos aspectos contribuintes para a hipertensão já conhecidos; excesso de sal e gordura na alimentação, sedentarismo e tabagismo, um novo aspecto surgiu para aumentar a lista: a apnéia obstrutiva do sono.

Ela é uma pausa respiratória de dez ou mais segundos durante o sono, com queixas freqüentes de ronco.

Vários estudos têm mostrado que 50% dos pacientes com apnéia são hipertensos, o que não significa que toda pessoa que ronca sofre de apnéia, é claro.

Segundo os médicos, uma média de cinco pausas respiratórias por hora já é preocupante, mas alguns pacientes chegam a ter 30 pausas nesse intervalo de tempo. A apnéia causa aumento na freqüência cardíaca e na pressão arterial. Isso acontece porque, com as freqüentes paradas respiratórias, o sangue é menos oxigenado, assim como o cérebro. Logo, o coração dispara, e a pressão sobe. Por isso, é bom estarmos alerta em caso de ronco excessivo.

Dicas do Professor

A chave é a prevenção. Parece redundante, porém vale reforçar: a prática regular de atividade física (orientada por um professor de Educação Física regulamentado), uma alimentação balanceada, descanso suficiente e saúde mental em dia são ingredientes fundamentais para um ótimo nível de saúde.

Para aqueles que já são hipertensos, uma mudança de hábitos (com os ingredientes citados acima) se faz essencial. Essa mudança deve ser acompanhada por um controle constante de exames clínicos para que seja possível observar o comportamento e status atual de sua pressão arterial e outros indicadores de saúde.

Fonte: Fleury Saúde Em Dia, 2009.




segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Andar Ou Correr Na Rua É O Mesmo Que Na Esteira?


Muito se discute sobre as diferenças entre andar/correr na rua e na esteira. Cientistas advogam que, em termos de biomecânica, não há diferença.


Dois estudos distintos conduzidos pela mesma universidade (University of Virginia – EUA) testaram diversos sujeitos andando (estudo 1) e correndo (estudo 2) na rua e na esteira e utilizaram da tecnologia para tentar detectar possíveis diferenças entre essas duas superfícies, nos seguintes aspectos:


· Passada
· Reação do Solo
· Parâmetros Cinemáticos e Cinéticos


Foram encontradas algumas diferenças em alguns desses parâmetros. Porém, quando analisadas estatisticamente, tais diferenças mostraram-se insignificantes.


Os pesquisadores puderam observar que o caminhar ou andar na esteira é, quantitativamente e qualitativamente, muito parecido com o caminhar ou andar na rua e concluíram que a análise biomecânica do andar ou do correr pode ser feita em um ambiente de laboratório (utilizando a esteira), que reproduzirá de maneira eficaz o andar ou caminhar na rua.


Dicas do Professor:


Deve ficar claro que os artigos expostos acima estão tratando apenas de análise biomecânica do movimento de andar ou de correr. É importante sabermos disso para efeito do tipo de pisada para o tipo de calçado a ser utilizado, etc. Mas não podemos confundir o real objetivo dos estudos e expandir, erroneamente, a conclusão dos cientistas.


Outros fatores como os desníveis (buraco, asfalto irregular), pequenas subidas e descidas, eventuais obstáculos, mudança de ambiente, etc. influenciam outros aspectos de seu desempenho como equilíbrio/estabilização, demanda aeróbia, concentração, etc. Assim, aspectos como estes devem ser levados em consideração na diferenciação do caminhar e do correr na rua e na esteira para a utilização de ambos de maneira proveitosa nos treinos.


Fontes:


Gait Posture. 2007 Jun;26(1):17-24. Epub 2006 Aug 14.

Med Sci Sports Exerc. 2008 Jun;40(6):1093-100.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Alimentação Rica Em Gordura Afeta Aspecto Motor/Cognitivo


Estudo destaca as conseqüências negativas de uma dieta abundante em gordura no desempenho físico/motor, como também na função cognitiva de ratos. Cientistas transferem as conclusões do estudo para humanos.


Pesquisadores da universidade de Oxford – Inglaterra explicam que a eficiência é definida como a quantidade de trabalho produzido por certa quantidade de oxigênio consumido e que é determinante para a capacidade aeróbia, podendo ser alterada pelo fornecimento de substratos metabólicos, aonde os ácidos graxos (gorduras) são menos eficientes que a oxidação da glicose (carboidrato).

Porém, eles afirmam que ainda não é muito claro se o consumo de uma dieta rica em gordura é prejudicial ou benéfica à capacidade de endurance. Eles afirmam, também, que uma dieta rica em gordura, pode, depois de vários meses, levar a um enfraquecimento cognitivo.


O estudo conduzido por esses cientistas demonstrou que ratos que estavam em uma dieta rica em gordura percorreram uma distância menor do que aqueles que estavam em uma dieta com pouca gordura. Além disso, os ratos em dieta rica em gordura realmente tiveram um enfraquecimento cognitivo em um teste de labirinto.


O mais interessante - esses ratos não estavam nessa dieta rica em gordura por vários meses, e sim apenas por 9 dias. Na conclusão do estudo, os cientistas ingleses reiteram a importância de aperfeiçoarmos nossa alimentação para melhorarmos não só nosso desempenho físico, como também nossa função cognitiva.


Dicas do Professor:


Em nosso cotidiano muitas vezes nos sentimos mais estressados, com pouco poder de concentração e absorção de novas informações, nos sentimos mais cansados e com variações de humor, sem nenhum motivo externo aparente. Pois é, às vezes a sua alimentação pode ser a resposta.


Indivíduos ativos, que possuem uma alimentação balanceada e adequada durante a semana e que resolvem “sair da linha” em um dado fim de semana, aumentando a quantidade de gordura ingerida, podem ser vítimas de tais sintomas logo no começo da semana subseqüente. Esses indivíduos acabam sentindo mais o “choque” dessa mudança de hábitos repentina, já que se regram durante a semana.


Já aqueles indivíduos sedentários, cuja alimentação é desbalanceada e contém muita gordura podem não sentir esse “choque” tão intensamente, porém estão, a cada dia que passa e gradualmente, – por isso não percebem tanto os sintomas – a caminho de algum mal maior seja para sua saúde física, mental ou ambas.


Fonte: FASEB J. 2009 Aug 10. [Epub ahead of print]

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Condicionamento cardiovascular pode salvar vidas


Indivíduos com baixos índices de capacidade aeróbica têm um risco de mortalidade geral 70% maior do que os treinados. Se pensarmos somente na doença cardiovascular, o aumento de risco é de cerca de 60%, novamente em comparação com os indivíduos com boa capacidade aeróbica.

Para chegar a essa conclusão, pesquisadores japoneses realizaram uma ampla revisão dos trabalhos já publicados sobre esse tema. Foram identificados mais de 30 artigos científicos, envolvendo mais de 100 mil pessoas. Os participantes tinham idades entre 37 e 57 anos, e o acompanhamento nas pesquisas chegava a 26 anos de duração.

Escala


A capacidade aeróbica é avaliada através de testes de esforço onde se consegue determinar seu máximo e pode ser quantificada em uma unidade chamada MET. Confira a chamada escala de índice de atividade de Duke abaixo:


1 a 4 MET
Atividades caseiras diárias.
Caminhar ao redor da casa.
Caminhar com 1-2 obstáculos no plano a 3-5 km/h.


5 - 9 MET
Subir escadas, caminhar no morro.
Caminhar no plano > 6 km/h.
Correr curtas distâncias.
Atividades moderadas (golfe, dançar, caminhar na montanha).


10 - MET
Esportes extremos (natação, tênis, bicicleta).
Trabalho pesado.


Usando essa padronização os pesquisadores conseguiram definir 3 faixas de condicionamento e seu impacto sobre o risco de morrer. Abaixo de 7,0 MET estava a baixa capacidade aeróbica, de 8,0 a 10 MET estava a faixa intermediária e acima de 10,9 MET estavam os mais condicionados.

Saudáveis, mas sedentários


Indivíduos saudáveis, porém com baixa capacidade aeróbica tem um risco 40% maior de morrer de qualquer causa do que os com capacidade intermediária. O risco de morte por doença cardiovascular é 47% mais alto para os sedentários do que os com capacidade intermediária.


Uma importante descoberta dessa revisão foi a quantificação da melhora de capacidade aeróbica sobre a saúde dos indivíduos. Para cada aumento de 1 MET na capacidade máxima a circunferência abdominal dos indivíduos diminui sete centímetros (7 cm), a pressão arterial sistólica se reduz em 5 mmHg. Os triglicerídeos caem, bem como a glicose em jejum, e ocorre um aumento do colesterol HDL, o bom colesterol.


Como a capacidade aeróbica pode ser determinada por um teste de esforço cardiológico, essa pode ser uma boa ferramenta para os médicos acompanharem seus pacientes, demonstrando os benefícios para motivá-los.

Dicas do professor:

· A Mortalidade de indivíduos sedentários é até 70% maior do que os treinados.

· O ideal é ter atividade física mais intensa, e não mera caminhada. Para isso é importante o acompanhamento de um profissional em educação física.

· É esse profissional que prescreverá os exercícios físicos com suas respectivas intensidades de acordo com as necessidades de cada indivíduo.

· Como a capacidade aeróbica pode ser determinada por um teste de esforço cardiológico, essa pode ser uma boa ferramenta para os professores acompanharem seus alunos, demonstrando os benefícios para motivá-los.

· Testes de campo e avaliações , aplicados pelo professor, indicarão tal intensidade e direcionarão ao objetivo traçado em comum acordo.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Condicionamento, Adiposidade E Mortalidade Em Hipertensos



Sabendo-se dos variados benefícios oriundos da prática da atividade física, será que um bom condicionamento cardiorrespiratório é um atenuante do risco de mortalidade em homens obesos hipertensos? Um longo estudo americano afirma que sim.


Cientistas da Winston-Salem State University, na Carolina do Norte – EUA acompanharam mais de 13.000 homens com tais características durante 29 anos. Esses homens foram divididos e classificados dentro dos seguintes parâmetros:


1 – Condicionamento Cardiorrespiratório: Baixo, Moderado, Alto
2 – Obesidade: Índice de Massa Corporal (IMC), Circunferência da Cintura, Porcentagem de Gordura Corporal
Durante esse período ocorreram 883 mortes, sendo que 335 delas aconteceram em decorrência de doenças cardiovasculares.
Curiosamente, na análise dos resultados, os cientistas observaram que os indivíduos obesos e hipertensos com o condicionamento cardiorrespiratório alto; fossem eles com o IMC, a circunferência da cintura alta ou a porcentagem de gordura elevados, não apresentaram risco maior de mortalidade quando comparados com indivíduos normais com o condicionamento físico alto.
Conclusão dessa pesquisa: O condicionamento físico é um modificador muito poderoso na associação da adiposidade com a mortalidade em homens obesos hipertensos, anulando todo o risco de mortalidade devido a doenças cardiovasculares.
Dicas do Professor:
Realmente os benefícios de se possuir um nível elevado de condicionamento cardiorrespiratório são indiscutíveis. Esse estudo eleva – individualmente - ainda mais a importância do fitness para a saúde.
Porém, o IMC, a circunferência da cintura, a relação cintura quadril, o índice de conicidade e a porcentagem de gordura quando analisados em conjunto são excelentes indicadores do risco coronariano.
Apesar de o estudo afirmar que o condicionamento físico alto pode anular risco de mortalidade devido a doenças cardiovasculares em obesos hipertensos, devemos saber o que é “condicionamento físico alto” e também lembrar que o fator hereditário também conta muito para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares.
Portanto, além de um bom condicionamento físico, devemos sim buscar níveis adequados em todos os outros aspectos relacionados à saúde, nos cercando de todas as variáveis possíveis em nosso caminho ao bem-estar.

Fonte: Am J Hypertens. 2009 Jul 16. [Epub ahead of print]

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Idosos – Treinamento De Força Na Pressão Arterial

Estudo revela os efeitos do treinamento de força (musculação) na função cardiovascular de idosos.


Pesquisadores Australianos testaram diversos idosos (faixa etária entre 70 e 80 anos de idade) para saber quais os efeitos que um programa de treinamento de força com duração de 16 semanas teria sobre o sistema cardiovascular dos mesmos.
Mais de 20 idosos foram selecionados e divididos em 2 grupos; grupo do treinamento de força e grupo controle (que não realizou nenhuma atividade física).
Várias variáveis foram testadas e comparadas antes e após os testes.

Os pesquisadores puderam então concluir que após as 16 semanas de um programa de treinamento de força houve uma redução significante na resposta da pressão arterial durante uma atividade aeróbia sub-máxima. Portanto, o treinamento de força (musculação) para essa população, não apenas serviu para um ganho de força e hipertrofia, como também fornece benefícios cardiovasculares significantes para essa faixa etária.
Dicas do Professor:

Esse estudo é apenas mais uma prova de que o treinamento de força (musculação) é benéfico em vários aspectos. Os professores de Educação Física mais atualizados estão em uma luta constante para desmistificar muitas idéias errôneas e que infelizmente estão enraizadas na mente das pessoas sobre a musculação.

O treinamento de força não existe apenas para os “fortões”, ou para te deixar “grande” e “musculoso”, há uma série de outros objetivos relacionados à saúde (melhora da postura, aumento de força, etc.) que também são alcançados através do treinamento de força.

A verdade é que, quando bem “explorado”, adequadamente manipulado e utilizado para cada caso, o treinamento de força é um integrante benéfico e valioso na busca pelo fitness e o bem-estar, seja qual for a sua idade.

Fonte: Blood Press Monit. 2009 Aug;14(4):137-44.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Lesões No Joelho Em Consequência Da Corrida


O número de corredores cresce muito cada ano e uma grande parte desses novos corredores praticam essa atividade sem o menor acompanhamento, sem informação e sem nenhum tipo de instrução em vários âmbitos. Resultado; o número de lesões tem aumentado, também. Sendo que o joelho é uma das estruturas mais afetadas, sabe por quê?
Pesquisadores da Wake Forest University – EUA foram atrás da resposta, pois, apesar do mundo científico conhecer bem as lesões decorrentes da corrida, pouco se sabe sobre os fatores de risco que as trazem.

Vários adultos foram avaliados em diversos aspectos físicos e psicológicos que podem aumentar a chance de lesões.

Após todos os testes e suas respectivas análises, os cientistas puderam observar que o peso corporal, a distância percorrida semanalmente e a força (concêntrica) dos quadríceps estavam todos correlacionados com a força compressiva tíbio-femoral. Sendo que a distância percorrida semanalmente e a força dos quadríceps tinham correlações positivas com a força patelo-femoral.

Eles concluíram que uma flexibilidade ruim nos isquiotibiais (posterior da coxa), maior peso corporal, maior distância percorrida semanalmente e muita força nos quadríceps fazem com que haja uma carga maior na articulação do joelho, podendo levar a lesões nessa estrutura.

Dicas do Professor:

Nosso organismo se adapta muito rapidamente, ou seja, quando começamos a praticar atividade física depois de muito tempo inativo, qualquer estímulo será prontamente respondido pelo nosso corpo. Isso não é diferente da caminhada/corrida, é claro! Logo que começamos a andar nos sentimos bem e queremos correr. Porém, as respostas metabólicas (coração, pulmão, etc.) normalmente são mais rápidas que as estruturais (ossos, tendões, etc.), daí a sensação e vontade de correr. Pergunta: será que em tão pouco tempo já posso sair correndo muitos quilômetros por aí, seja na esteira ou nas ruas cheias de desníveis e buracos? Resposta: bom, levando em consideração a explicação que antecedeu a pergunta, acho que vocês já sabem a resposta.

Para evitar as lesões, é imprescindível uma preparação física adequada, que vai prepará-lo progressivamente para a corrida. Portanto, um acompanhamento de um profissional especializado e atualizado é mais do que necessário.

Correr é ótimo, mas exige preparo!

Fonte: Med Sci Sports Exerc. 2008 Nov;40(11):1873-9.