sexta-feira, 25 de abril de 2008

I.M.C versus R.C.Q.


Um amplo estudo tipo caso-controle, envolvendo 27 mil pessoas de 52 países, de todos os continentes, mostrou que a relação cintura-quadril (RCQ) é preditora mais forte do risco de infarto do miocárdio do que o índice de massa corpórea (IMC), mais usado internacionalmente.

O trabalho canadense mostrou que em qualquer etnia, nível de desenvolvimento do país, ou seja, qual for a característica do indivíduo, a RCQ é o marcador mais fortemente relacionado com o evento do primeiro infarto do miocárdio.

O índice de massa corpórea é um bom preditor de risco para doença cardiovascular.

No entanto, para análise do risco de infarto do miocárdio especificamente, a medida da cintura e, principalmente, a razão entre as medidas da cintura e do quadril (a RCQ) correlacionou-se mais fortemente com os eventos de infarto, não importando nem o sexo, nem a idade, região de origem e nem outros marcadores de risco para doença cardiovascular, como os encontrados em exames laboratoriais.

As pessoas com medidas da RCQ no maior quintil tinham 2,52 vezes mais chances de ter infarto, comparados com os que tinham medidas no primeiro quintil (p> 0,0001).

“Já o IMC estava apenas ligeiramente maior nos casos de infarto que nos controles”, comentaram os autores. Isso quer dizer que, além do peso inadequado para a altura, o lugar onde a gordura se deposita é importante.

“Nosso trabalho mostra que a RCQ é a medida antropométrica mais fortemente associada com o risco de infarto, e substancialmente melhor que o IMC. Nossos resultados sugerem que novas análises são necessárias sobre a importância da obesidade para a doença cardiovascular nas diferentes regiões do mundo”.

Fonte :

Yusuf S, Hawken S, Ounpuu S, Bautista L, Franzosi MG, Commerford P, et al. Obesity and the risk of myocardial infarction in 27,000 participants from 52 countries: a case-control study. Lancet. 2005;366(9497):1640-9.

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