sábado, 6 de setembro de 2008

Uma em cada 4 crianças da pré-escola está acima do peso, segundo pesquisa

Maior parte dos casos está na rede particular de ensino.
Estudo aponta ainda que uma em cada 10 crianças está obesa.

Não é mais a criança raquítica a principal preocupação das autoridades de saúde pública no Brasil, pois pesquisa feita em escolas de nove grandes cidades do país aponta que uma em cada quatro crianças brasileiras em idade pré-escolar está acima do peso. E uma em cada 10 está obesa. A má alimentação, segundo o estudo, é a vilã desses índices e atinge principalmente os alunos da rede particular de ensino.

Para chegar ao diagnóstico, o índice de massa corporal (IMC) é calculado ao se dividir o peso pelo quadrado da altura. IMC entre 25 e 29,9 significa excesso de peso; entre 30 e 39,9 obesidade; e a partir de 40, obesidade mórbida.

O estudo feito pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp) mostra que mais de um quarto das crianças brasileiras, entre 2 e 6 anos, tem excesso de peso, e uma em cada 10 é obesa. Dessas, 4,3% apresentam obesidade mórbida.

Estudo inédito mapeou a qualidade nutricional da alimentação de mais de 3 mil crianças em idade pré-escolar em nove cidades do país. Os dados, apresentados no XII Congresso Brasileiro de Nutrologia, fazem parte do estudo Nutribrasil e envolveu 12 instituições de ensino.

O trabalho da Unifesp mostrou que grande parte das crianças em idade pré-escolar tem algum tipo de inadequação nutricional na alimentação, seja de nutrientes em excesso ou em falta. A ingestão de fibras, por exemplo, é deficiente em 95% das crianças de 4 a 6 anos. Essa mesma faixa apresenta, por outro lado, uma ingestão de sal (sódio) seis vezes maior do que a quantidade recomendada pelos médicos e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O estudo também aponta que a tendência de estar acima do peso é maior em alunos de escolas particulares. Mas os de escolas públicas não ficam tão atrás.

De acordo com o estudo, escolas particulares apresentam taxas maiores de crianças com excesso de peso e obesidade do que escolas da rede pública de ensino. Nas particulares, a média é de 33% de crianças acima do peso ideal, incidência maior que os 27% nas escolas públicas.

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