sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Exercícios vs Resfriado


Você pegou o que parece ser um resfriado horrível. Está tossindo e espirrando, e é difícil respirar. Será que deveria fazer exercícios? E se deveria, é recomendado se esforçar ao máximo ou pegar leve? Será que exercícios não terão nenhum efeito ou farão você se sentir melhor, ou pior? Essas são perguntas que muitos fisiologistas e especialistas em doenças infecciosas não respondem.

- Essas questões não foram realmente estudadas - disse Aaron Glatt, porta-voz da Sociedade de Doenças Infecciosas e presidente do Hospital New Island em Bethpage, em Nova York.

Muitos ávidos atletas seguem suas próprias regras, e parece que muitos, como Michael Joyner, pesquisador de exercícios na Mayo Clinic, nadador e corredor, decidem continuar a fazer ginástica se for possível.

- Posso lhe dizer que, a não ser que esteja realmente muito mal, continuo a malhar, mas talvez me contenha um pouco - disse Joyner. - Acho que esta seria a resposta para a maioria dos tipos relativamente obstinados da velha-guarda da malhação. Se estiver com febre evidente e dores musculares, faço muito pouco ou tiro um ou dois dias de descanso, mas eu realmente precisaria estar muito mal para faltar mais do que isso.

Bill Schaffner, chefe do departamento de medicina preventiva na Universidade de Vanderbilt e membro da diretoria da Sociedade de Doenças Infecciosas, disse que não sabia de nenhum estudo que analisasse a questão.

Schaffner descreveu a si mesmo como um corredor que percorre alguns quilômetros por dia e freqüenta academias para treinamento resistido. E continua seus exercícios quanto está resfriado.

Exercício faz com que se sinta melhor, disse. Ele especula que talvez seja porque seus vasos sangüíneos se dilatam quando se exercita.

- Acho que o exercício acelera uma rota de recuperação - destacou Schaffner. - É claro, reconheço que poderia estar a caminho da recuperação de qualquer forma. Mas não consigo pensar num motivo pelo qual o exercício me afetaria de maneira adversa.

Embora não soubessem, as estratégias de pessoas como Schaffner e Joyner são apoiadas por dois estudos pouco conhecidos que foram publicados uma década atrás nas revistas Medicina e Ciência e Esportes e Exercícios. Os resultados dos estudos foram tão favoráveis ao exercício que até os pesquisadores se surpreenderam.

Os estudos começaram, disse Leonard Kaminsky, fisiologista do exercício na Universidade Ball State, quando um treinador da universidade, Thomas Weidner, perguntou o que deveria dizer aos atletas quando pegassem resfriados.

As pesquisas revelaram que não há diferença nos sintomas entre os que se exercitam quando estão resfriados e aqueles que descansam. E não houve diferença no tempo que levaram para se recuperarem do resfriado. Mas quando os que se exercitaram avaliaram seus sintomas, disse Kaminsky, "pessoas disseram que se sentiam bem e, em alguns casos, se sentiam até melhor".


Fonte: Jornal do Brasil

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